De todos os livros que li até agora, esse é com certeza o mais difícil de escrever sobre. Mayada é uma iraquiana de uma família nobre. Seu avô foi um dos mais influentes nacionalistas árabes, e foi por conta da influência dele que ela conheceu Saddam Hussein. Mayada, em sua juventude, sempre andou entre a realeza, era estudada e trabalhava como jornalista. Casou-se e teve dois filhos. Em 1979, quando Saddam subiu ao poder, Mayada já estava divorciada e após as terríveis guerras no Iraque, ela teve que sustentar precariamente os filhos com o que ganhava em uma pequena gráfica.
Em 1999, Mayada foi presa, sem saber o porque disso. Foi levada para Baladiyat, quartel-general da polícia secreta iraquiana. Lá descobriu que estava sendo acusada de imprimir folhetos contra o governo. Mayada é coloca na cela 52, com mais 17 mulheres de diversas origens. As mulheres-sombras, como Mayada as chamava, se encantam pelas histórias dela.
Todos os dias várias mulheres da cela eram levadas para tortura. E durante esses relatos, tive que parar diversas vezes para me recompor, as lágrimas vinham com força. Mayada foi torturada apenas uma única vez durante o mês que ficou presa. No primeiro dia na prisão, ela foi levada para a parte hospitalar da prisão porque sentia fortes dores no peito. Ao perceber que o médico tinha sido afável com ela, pediu-o que ligasse para sua mãe e a informasse sobre seu paradeiro.
Um mês depois Mayada foi solta. Voltou para os filhos e fugiu para a Jordânia. Em 15 de abril de 2003, integrantes da coalizão declararam o fim da guerra no Iraque, e foi quando ela decidiu contar sua história.
É um livro profundamente triste. Saber que várias gerações de iraquianos sofreram com o governo é chocante demais. Com certeza foi o melhor livro que li até agora. A história me deixou realmente comovida.
O livro foi lido do dia 24 ao dia 26/05/2012. Possui 263 páginas.
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