sábado, 5 de maio de 2012

Falcão Mulheres e o Tráfico


Nem me lembro quando comprei esse livro. Tenho há muito tempo e sempre ia deixando ele para a próxima. Mas se eu soubesse que era tão bom tinha lido antes.
Falcão mulheres e o tráfico é um complemento do tão comentado "Falcão Meninos do Tráfico", que além do documentário, também é um livro, considerado best-seller no Brasil. O livro eu nunca li, mas o documentário eu acabei assistindo novamente por conta desse livro da resenha.

Pois bem, Falcão mulheres e o tráfico é um livro escrito por Celso Athayde e MV Bill. Eu nem sei em que tipo definir esse livro. Eu colocaria como policial. A primeira vez que tive contato com um livro assim, foi no 1º semestre da faculdade, quando li "Rota 66", do Caco Barcellos. Logo depois, li o outro do Caco, que também fala de favelas, "Abusado: Dono do morro Dona Marta" e do Truman Capote, "A Sangue Frio", todos com temática parecida.

Esse livro conta a história das mulheres, mães, irmãs, namoradas, amigas, que tinham contato com o tráfico, direta ou indiretamente. Mulheres que viam seus filhos, irmãos, namorados morrendo por causa da droga. Meninos de 12, 13 anos, agindo na boca como adultos.
História de mulheres que comandavam as bocas das favelas e que eram respeitadas pelos caras. O livro conta com entrevistas das mulheres, no estilo pergunta e resposta mesmo, contam como é viver nessa vida, sobre o medo, as drogas, e sobre o futuro, que a maioria delas, não acredita haver outro senão o tráfico mesmo. É dele que elas tiram o sustento da família.

O que mais me emocionou foi a entrevista com uma mãe que perdeu o filho há poucos dias quando a entrevista foi feita. O menino tinha 17 anos, e a mãe contando de tudo que ele gostava de fazer, de vestir. Infelizmente, todos sabemos o porque da morte, mas como mãe, ela acreditava na recuperação do filho.

Como o MV Bill mesmo fala no livro, que todos estamos inseridos na vida das favelas. O livro é emocionante, devastador, frustrante, que te faz pensar se há mesmo alguma solução para isso. Uma das entrevistadas diz que se acabar o tráfico, acaba a polícia. E lá no fundo, todos nós concordamos com ela.

Enfim, fazer uma resenha desse livro é extremamente difícil. Eu adoro livros brasileiros. A linguagem usada é aquela com que já estamos acostumados, e no caso desse livro, ela é ainda mais interessante, por ter a linguagem do pessoal do tráfico, que infelizmente, também já estamos familiarizados.

Recomendo a leitura demais. Mas fique preparado para se revoltar e para se emocionar com os relatos.

O livro tem 264 páginas e foi lido do dia 03/05 ao dia 05/05/2012.

“Ou matamos todos os presos ou cuidamos deles, já que eles vão sair e vir para nosso convívio. Pensar assim é ser prático, não tem outra via. Eles virão para o colo da sociedade. A questão agora é decidir que tipo de gente, ou de bicho, queremos que habite nossos colos.” - MV Bill

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Los Angeles


"Em breve estaremos pousando no Aeroporto Internacional de Los Angeles. Por favor certifiquem-se de que o encosto de suas poltronas está na posição vertical, de que você não está nem um quilinho acima do peso e de que seus dentes estão brancos como a neve."

Assim começa Los Angeles, o sexto livro de Marian Keyes, que conta a história de Maggie Walsh, irmã de Claire, de Melancia e da Rachel de Férias
Após o término de um casamento frustrado, que durou nove anos, Maggie decide ir para Los Angeles visitar a melhor amiga, Emily, e decide fazer tudo o que der na telha. Considerada sempre a mais certinha da família, ela surpreende a todos a partir do dia que sai de Dublin e vai pra Hollywood.

Juntamente com Emily, que é roteirista, Maggie  conhece a badalada vida da cidade. Ajuda a amiga a deslanchar o roteiro de um filme que parece desastroso, mas uma produtora acaba comprando-o, mesmo modificando a maior parte dele. Além disso, conhece amigos e amigas de Emily e o envolvimento não poderia ser outro, afinal é uma mulher recém separada e ávida por aventuras.
Para piorar a situação, surge em seu caminho Shay, um amor de adolescência que faz com que seu passado sofrido transborde diante de seus olhos.

Com muitos personagens peculiares, Marian Keyes te mostra que aquele seu vizinho que você sempre achou que tinha sérios problemas, realmente os tinha. Muito divertido e envolvente. Gostei demais!

" - Não há estrelas hoje à noite - disse eu, em voz alta. 
Mas as estrelas estão sempre lá, mesmo durante o dia. Nós é que simplesmente não conseguimos vê-las."

O livro tem 484 páginas e foi lido do dia 25/04/2012 ao dia 02/05/2012.