sábado, 26 de maio de 2012

Mayada - Filha do Iraque


De todos os livros que li até agora, esse é com certeza o mais difícil de escrever sobre.  Mayada é uma iraquiana de uma família nobre. Seu avô foi um dos mais influentes nacionalistas árabes, e foi por conta da influência dele que ela conheceu Saddam Hussein. Mayada, em sua juventude, sempre andou entre a realeza, era estudada e trabalhava como jornalista. Casou-se e teve dois filhos. Em 1979, quando Saddam subiu ao poder, Mayada já estava divorciada e após as terríveis guerras no Iraque, ela teve que sustentar precariamente os filhos com o que ganhava em uma pequena gráfica.

Em 1999, Mayada foi presa, sem saber o porque disso. Foi levada para Baladiyat, quartel-general da polícia secreta iraquiana. Lá descobriu que estava sendo acusada de imprimir folhetos contra o governo. Mayada é coloca na cela 52, com mais 17 mulheres de diversas origens. As mulheres-sombras, como Mayada as chamava, se encantam pelas histórias dela. 

Todos os dias várias mulheres da cela eram levadas para tortura. E durante esses relatos, tive que parar diversas vezes para me recompor, as lágrimas vinham com força. Mayada foi torturada apenas uma única vez durante o mês que ficou presa.  No primeiro dia na prisão, ela foi levada para a parte hospitalar da prisão porque sentia fortes dores no peito. Ao perceber que o médico tinha sido afável com ela, pediu-o que ligasse para sua mãe e a informasse sobre seu paradeiro.

Um mês depois Mayada foi solta. Voltou para os filhos e fugiu para a Jordânia. Em 15 de abril de 2003, integrantes da coalizão declararam o fim da guerra  no Iraque,  e foi quando ela decidiu contar sua história.

É um livro profundamente triste. Saber que várias gerações de iraquianos sofreram com o governo é chocante demais. Com certeza foi o melhor livro que li até agora. A história me deixou realmente comovida.

O livro foi lido do dia 24 ao dia 26/05/2012.  Possui 263 páginas.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Cheio de Charme


Eu nem sei por onde começar a escrever sobre esse livro. O maior de todos os livros da Marian é o mais intrigante e cheio de histórias e vidas. Esse resumo abaixo vem na aba do livro:

"Quatro mulheres diferentes. Um homem terrivelmente sedutor. E o segredo sombrio que conecta a todos. Esse é Cheio de Charme, o novo sucesso da autora. O simpático político irlandês Paddy de Courcy, presença constante nos principais tabloides, está de casamento marcado. Com a carreira em ascensão, é chegada a hora de deixar a vida de solteiro para trás e se concentrar somente na política. A estilista Lola tem todos os motivos para chocar-se com a notícia do casamento: apesar de ser a namorada do cara, ela não é, definitivamente, a noiva. Já a jornalista Grace conheceu Paddy há muito tempo, mas por algum motivo não consegue esquecê-lo. Marnie, casada e com filhos, não tira da cabeça o político conquistador, seu amor adolescente. E Alicia, a noiva, fará de tudo para preservar seu reinado. Em Cheio de Charme, a autora apresenta quatro mulheres que guardam cada uma, um segredo envolvendo um importantíssimo político irlandês. O que acontecerá quando elas se encontrarem e descobrirem que todas estão interessadas no mesmo homem?"

Gente, o livro é incrível. Essas quatro mulheres citadas acima tem mais um monte de gente envolvida em suas vidas. O livro é fascinante, de verdade. Chocante. Nauseante.

O livro trata de dois assuntos centrais, que infelizmente não tenho como não comentar na resenha: alcoolismo e violência doméstica. E a autora, como sempre, sabe nos contar cada história com leveza, apesar de que nesse, em especial, eu não tenha sentido tanta leveza assim. É brutal o jeito que ela conta as violências sofridas por algumas mulheres. É estranho não se colocar no lugar delas, vc acaba sentindo o horror.

Paralelo a esses dois assuntos pesados, Marian fala também no livro de travestismo e cross-dressing. Essas eram as partes mais divertidas na narrativa. Um bando de homem de uma cidade pequena se travestiam e se encontravam na casinha pequena que Lola foi viver, para tentar esquecer Paddy.

Enfim, um livro realmente interessante. Continuo a dizer que essa editora no Brasil faz umas capas ridículas, que fazem com que esses livros sejam ligados à fase adolescente. E certamente não é. Não somente.

O livro foi lido do dia 18/05 ao dia 23/05/2012. Tem 784 páginas.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

A invenção de Hugo Cabret


Vocês viram o filme?  Eu vi e por isso comprei o livro.  Gente, é lindo!

O livro é a história de Hugo Cabret, um menino de 12 anos, que vive em uma estação de trem em Paris, cuidando dos relógios. Órfão, ele vive solitário no antigo quarto de seu tio, que desapareceu misteriosamente. Antes de morrer, o pai de Hugo mostra pra ele um autômato, um boneco de ferro que pode escrever. Hugo tem certeza que seu pai deixou uma mensagem para ele. Mas para isso, ele precisa consertar o autômato. Ele rouba pequenas peças na loja de brinquedos do velho Georges para conseguir arrumar mais rápido.

Eaí começa toda a história interessante. O dono da loja é Georges Méliès, o precursor do cinema. A história ainda conta com a personagem Isabelle, afilhada de Georges, que aparece para ajudar Hugo a descobrir a mensagem que o autômato tem. O livro é lindo, cheio de ilustrações.


Hugo acaba descobrindo que o boneco de ferro, não escreve, mas desenha. E todo o segredo do livro se desenrola depois dessa descoberta.

Eu recomendo demais!

O livro tem 533 páginas e foi lido do dia  14/05 ao dia 17/05/2012.